quarta-feira, 5 de junho de 2013

Black Sabbath – 13 (2013)







01. End of the Beginning
02. God is Dead?
03. Loner
04. Zeitgeist
05. Age of Reason
06. Live Forever
07. Damaged Soul
08. Dear Father

Certamente 13 era o álbum mais esperado do ano. Depois de 35 anos, o Black Sabbath, com 3/4 de sua formação original, estaria lançando um álbum com Ozzy capitaneando os vocais, algo que muitos acharam impossível ver novamente. Há algumas semanas atrás, “God is Dead?”, primeiro single do álbum, viu a luz do dia e deixou muitos fãs um tanto receosos, afinal, por mais que tenha qualidade, está a anos luz do que o Sabbath pode fazer.  Rick Rubin foi o produtor escolhido para 13. Obstante sua competência, é sabido que uma de suas maiores características é fazer com que a banda produzida busque em suas raízes, a inspiração para suas composições. Isso acaba sendo uma faca de dois gumes, pois se por um lado, o resultado pode soar brilhante, por outro, se não funcionar, a banda acaba soando um pastiche, uma pobre cópia de seu período áureo. Então, não vou negar que estava com os dois pés atrás antes de dar o play, e começar a audição do novo trabalho da banda.

Quando o riff inicial de “End of the Beginning” explodiu nos falantes, remetendo diretamente ao de “Black Sabbath”, faixa que abre o primeiro álbum da banda (esse aspecto será explorado mais a frente), um pouco do meu receio foi embora. Sombria e atmosférica, com aquele tom macabro que sempre marcou o Sabbath setentista, ela começa um tanto quanto arrastada, mas acaba por engrenar da metade para frente. “God is Dead?”, já conhecida do público, vem em seguida, e como já disse, não empolga tanto. O destaque aqui são as linhas de baixo de Geezer, excelentes. Após esse inicio, sentia que estava escutando um álbum do Black Sabbath, mas ao mesmo tempo parecia faltar algo. E então surgiu “Loner”, com um riff inicial fantástico, todo um climão meio “N.I.B”, e tudo passou a fazer sentido. Potente, enérgica e com dois solos fantásticos de Iommi, essa é daquelas músicas pegajosas. “Zeitgeist” é o primeiro grande momento de 13. Faixa acústica e psicodélica, remete imediatamente a “Planet Caravan”, e faz o ouvinte viajar durante sua audição. Já “Age of Reason” começa com um riff clássico (por sinal, eles surgem em profusão em 13) e baixo e bateria (a cargo do correto Brad Wilk) atropelando tudo que encontram pela frente. É dessas que o público vai cantar juntos nos shows. “Live Forever”, faixa seguinte, é tudo que uma grande música deve ser. Curta, poderosa, direta, absurdamente efetiva e com um refrão para lá de pegajoso. Vai te fazer bater cabeça, não tenha dúvida. Então temos o grande momento do álbum, o blusão arrastado e sombrio intitulado “Damaged Soul”. Cadenciada e cheia de mudanças de tom, o foco aqui é a guitarra. O que Tony Iommi faz aqui é de arrancar lágrimas até do mais insensível dos headbangers. Riffs grudentos em profusão e três solos simplesmente perfeitos. Vai entrar tranquilamente para o hall dos grandes clássicos da banda. Para encerrar os trabalhos, temos “Dear Father”, o terceiro grande momento desse álbum. Riffs devastadores, baixo se destacando, e muito peso, dão o tom aqui. Ao seu final, temos uma nova menção a “Black Sabbath”, com os sons de trovões, chuvas e sinos, que marcam a introdução dessa e o encerramento de 13. A versão Deluxe, irá contar com mais 3 músicas, “Methademic”, “Peace of Mind” e “Pariah”, mas como ainda não tive acesso as mesmas, não posso falar nada sobre elas.

Resumindo, em cerca de 50 minutos, o Sabbath jogou para escanteio qualquer receio que eu pudesse ter a respeito desse trabalho. Mesmo com uma produção limpa, que fez com que o som soasse um tanto atual, a essência do Sabbath continua presente e a banda é fiel a suas raízes: som lento, pesado, sombrio, baixo fantástico de Geezer, toneladas e toneladas de riffs marcantes de Iommi. Alias, percebe-se que em virtude de sua doença, ele deu tudo de si nesse trabalho, sendo o grande destaque em todas as faixas. 13 é forte, pesado, consistente, e mostra que não é a toa que sempre serão o grupo mais influente da história do Metal, servindo de referência para todo e qualquer músico do estilo. O que entristece, é que provavelmente nunca mais teremos o prazer de escutar um álbum de inéditas vindo deles, já que do meu ponto de vista, o recado que quiseram passar com as citações ao primeiro CD, tanto na abertura quanto no encerramento de 13, é que aqui se fecha o ciclo da banda. E quer saber, fizeram isso de forma magistral. Não importa mais o que vai ser lançado daqui para frente, esse já é o CD do ano de 2013. Essencial!

NOTA: 9,5




 

 

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