quarta-feira, 9 de março de 2016

Nightwish - Century Child (2002)


Nightwish - Century Child (2002/2016)
(Hellion/Nomade Records)


01. Bless The Child
02. End Of All Hope
03. Dead To The World
04. Ever Dream
05. Slaying The Dreamer
06. Forever Yours
07. Ocean Soul
08. Feel For You
09. The Phantom Of The Opera
10. Beauty Of The Beast
Bonus Track
11. Lagoon
12. THe Wayfarer
13. Bless The Child (Edit)
14. End Of All Hope (Live)
15. Dead To The World (Live)

Apesar do momento de crise vivido pelo país e os downloads ilegais terem atingido com força a venda de Cd's, vemos um curioso movimento por parte das gravadoras nacionais, que andam inundando o mercado não só com lançamentos, como também com diversos relançamentos. Posto isso, a Hellion, em parceira com a Nomade Records, relançou o quarto álbum de estúdio do Nightwish, Century Child, datado originalmente de 2002 (já haviam lançado anteriormente em parceira com a MTI os dois trabalhos anteriores, Oceanborn e Wishmaster) e contando com 5 faixas bônus.

Century Child é o que podemos chamar de trabalho de transição. Na maioria das vezes, tais trabalhos tendem a ser confusos, já que o artista vem passando por uma fase de mudança em sua sonoridade, carregando na mesma elementos tanto de sua fase passada como da que está por vir, mas felizmente essa tendência não deu as caras aqui. Se comparado com os dois trabalhos que o antecederam, considerados verdadeiros clássicos pelos fãs da banda, esse é um álbum bem mais cadenciado, pesado e menos Power Metal, inclusive com os vocais de Tarja bem mais contidos (ao menos na maior parte do tempo), mas se o colocarmos frente aos seus sucessores, temos um trabalho menos sinfônico, apesar de contarmos com a participação de uma orquestra inteira aqui. Esse também é o trabalho que marca a entrada do baixista e vocalista Marco Hietala no Nightwish, algo que ao meu ver serviu para enriquecer a sonoridade da banda, por mais que o mesmo tenha sido subexplorado aqui. Seus duetos com Tarja e os demais poucos momentos nos quais surge durante o álbum, serviram para dar uma dinâmica maior a parte vocal, oferecendo a  Tuomas mais opções a serem exploradas nesse quesito (algo mais visível nos álbuns seguintes). Seu trabalho no baixo também se destaca, já que aqui o mesmo soa muito mais pesado que nos três primeiros álbuns.

Como visto, os indícios do que estava por vir já surgiam de forma mais evidente aqui, tanto que esse é sem dúvida um álbum muito mais acessivel que Oceanborn e Wishmaster (ainda que longe da acessibilidade que vimos no seguinte, Once), mas não podemos negar que muitos elementos que marcaram a carreira do Nightwish até então se mantiveram presentes em Century Child. Estão ali os marcantes e inspirados solos de guitarras e teclados, os já citados elementos orquestrais e as letras épicas, por mais que aqui estejam mais introspectivas e escuras que de praxe, algo que se tornou comum a partir de então.

Confesso que quando escutei Century Child na época de seu lançamento, rolou um certo estranhamento inicial. Como já dito, é mais diversificado e cadenciado, com uma mistura de baladas, músicas mais pesadas e algumas canções épicas e Tarja mais contida, cantando de forma bem mais suave do que os fãs estavam acostumados. O tempo foi passando e o trabalho foi me ganhando aos poucos e a medida que fui me tornando mais íntimo das canções, as mesmas foram crescendo em qualidade, sendo que hoje considero esse como sendo o último grande álbum da banda, o suspiro final de genialidade por parte de Tuomas Holopainen como compositor. Os destaques aqui ficam por conta de "Bless The Child", "End Of All Hope" (as duas melhores sem dúvida), "Dead To The World" (com desta para o dueto entre Marco e Tarja), "Ever Dream", "Ocean Soul", "The Phantom Of The Opera" (outro belo dueto, em uma das melhores versões que escutei para a obra de Andrew Lloyd Webber) e a épica "Beauty Of The Beast".

Após Century Child, todos sabemos o que acabou por ocorrer. Primeiro, a chegada ao mainstream com Once, um trabalho que apesar de seus méritos, era muito, mas muito mais acessível que seu antecessor e que vendeu milhões de cópias em todo mundo e depois, Tarja sendo chutada do Nightwish por Tuomas, episódio traumático para boa parte dos fãs e do qual a banda custou a se recuperar. Sendo assim, o que resta é um trabalho onde o velho e o novo se misturaram de uma forma equilibrada, resultando em um belo álbum de Heavy Metal, que mesmo não sendo tão bom quanto Oceanborn e Wishmaster, é desses itens indispensáveis na coleção de qualquer fã do gênero e que acabou por marcar o fim da época de ouro da banda (ao menos no sentido de qualidade musical).

NOTA: 8,5

Formação:
- Tuomas Holopainen (Teclado/Piano)
- Tarja Turunen (Vocal)
- Jukka Nevalainen (Bateria)
- Emppu Vuorinen (Guitarra)
- Marco Hietala (Baixo/Vocal)

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