quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Freedom Call - Master of Light (2016)


Freedom Call - Master of Light (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Metal Is for Everyone
02. Hammer of the Gods
03. A World Beyond
04. Masters of Light
05. Kings Rise and Fall
06. Cradle of Angels
07. Emerald Skies
08. Hail the Legend
09. Ghost Ballet
10. Rock the Nation
11. Riders in the Sky
12. High Up

Houve um momento na segunda metade dos anos 90, que toda banda que surgia parecia apostar no Power Metal Melódico. Impulsionado por grandes lançamentos de bandas como Stratovarius, Blind Guardian, Gamma Ray, Hammerfall, Rhapsody e Iced Earth, dentre outras, o estilo recuperou o brilho que tinha nos anos 80, quando surgiu e cresceu através de nomes seminais como Helloween, Running Wild, Grave Digger, na Europa, ou Savatage, Jag Panzer, Attacker e Manilla Road nos Estados Unidos.

Foi mais precisamente em 1998 que os amigos de velha data Chris Bay e Dan Zimmermann (Gamma Ray, que saiu da banda em 2010) resolveram unir forças em um projeto no qual voltariam a tocar juntos. Surgiu aí o Freedom Call. Vieram em seguida 3 dos melhores trabalhos desse período, os ótimos Stairway to Fairyland (99), Crystal Empire (01) e Eternity (02), que elevaram a banda alemã ao primeiro time do Power Metal Melódico. Após isso, veio um momento um tanto questionável, onde dentro de um estilo já saturado, procuraram novas saídas para sua música (mas sem fugir do Power), mas com resultados que dividiram os fãs. A partir de 2012, as coisas começaram a voltar aos trilhos, com a banda voltando às suas origens e lançando dois bons trabalhos, Land of the Crimson Dawn (12) e Beyond (14).

Acho que todos conhecem o ditado “não julguem um livro pela capa”, não é? Isso pode se aplicar a Master of Light, 9º trabalho de estúdio do Freedom Call. Ok, os caras sempre prezaram por passar mensagens mais positivas em suas letras, além do bom humor, mas sinceramente, acho que erraram a mão dessa vez. Não é dessas que empolga e te faz pensar que o material contido no CD não possui qualidade. Mas felizmente, depois que ele começa a rodar no som, essa impressão se desfaz por completo, graças à alta qualidade do que nos é apresentado.

Poderia dizer, sem exageros, que Master of Light é o trabalho que deveria ter sido lançado na sequência de Eternity, pois soa como sua continuação natural. Aqui temos todos aqueles elementos que sempre marcaram a carreira do grupo alemão, ou seja, músicas rápidas, mas sem exagerar na velocidade, peso (sem perder a acessibilidade), melodias “a dar com o pau”, ótimo trabalho vocal, bons riffs e solos, parte rítmica consistente, teclados e elementos sinfônicos utilizados de forma bem equilibrada, clima épico e grandioso e claro, aqueles refrões grudentos que nunca podem faltar, e que ficam por dias na sua cabeça. É ou não é tudo que um fã do Freedom Call espera de um álbum da banda?


Já de cara, temos a ótima “Metal Is for Everyone”, com melodias marcantes e refrão para cantar junto. Ok, a letra é clichê, palavras como metal, steel, law, strong, victory, dragons, kings, glory e power surgem por toda canção (sério, não tem um verso que não tenha no mínimo uma delas), mas e daí? As letras nunca foram o forte da banda mesmo e, acima de tudo, a canção diverte e empolga, e isso sim é importante. Já a faixa seguinte, “Hammer of the Gods”, não esconde a influência de Helloween (mais precisamente, I Want Out), soando bem enérgica, melódica e com aquele refrão fácil, extremamente fácil, para você, e eu e todo mundo cantar junto. Fechando com chave de outro a ótima sequência inicial, temos “A World Beyond”, com um clima épico, bons elementos sinfônicos e algumas mudanças de tempo, que a deixam ainda mais interessante.

Mas apesar do ponto alto do trabalho estar justamente em seu início, isso não significa que o restante do mesmo não possua grande qualidade. Justamente o contrário. A veloz “Riders in the Sky” soa como um Dragonforce que sabe o que está fazendo (e não só tocando rápido) e vai agradar em cheio aos fãs de Helloween e Gamma Ray, que também irão se empolgar com a ótima “Kings Rise and Fall”. “Emerald Skies” é aquele típico Power Metal europeu, com elementos sinfônicos sendo muito bem utilizados, enquanto as boas melodias de “High Up” remetem invariavelmente ao Stratovarius. Aqueles que gostam de um “baladinha”, certamente aprovarão “Cradle of Angels”.

Como nos dois álbuns anteriores, a produção ficou por conta de Chris Bay e Stephan Ernst, que também foi o responsável pela mixagem e masterização do trabalho. Talvez tenhamos aqui o melhor resultado já obtido em um álbum dos alemães. Retornando às suas raízes, o Freedom Call pode até não apresentar nada de novo e abusar daqueles clichês típicos do estilo, mas fazem isso com tanta competência que fica impossível não gostar do resultado final. Sem dúvida, Master of Light é daqueles álbuns altamente indicados para qualquer fã de Power Metal melódico que deseje viajar ao passado, aos tempos de glória do estilo.

NOTA: 8,5

Freedom Call é:
- Chris Bay (vocal/guitarra);
- Lars Rettkowitz (guitarra);
- Ilker Ersin (baixo);
- Ramy Ali (bateria).

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