terça-feira, 7 de março de 2017

Pain of Salvation - In the Passing Light of Day (2017)


Pain of Salvation - In the Passing Light of Day (2017)
(Hellion Records - Nacional)


01. On a Tuesday
02. Tongue of God
03. Meaningless
04. Silent Gold
05. Full Throttle Tribe
06. Reasons
07. Angels of Broken Things
08. The Taming of a Beast
09. If This Is the End
10. The Passing Light of Day

No início de 2014, Daniel Gildenlöw se dirigiu ao mesmo hospital onde nasceu, exatamente no mesmo dia da semana (uma terça), para tratar de uma dor que sentia. E quase não saiu de lá. O que parecia algo simples, se mostrou na verdade uma Fascite necrosante (bactéria comedora de carne humana, para os leigos) que quase o matou. Os médicos correram contra o tempo para salvar sua vida e após isso, foram 4 dolorosos meses em uma cama de hospital, até finalmente ter alta. Foi essa forte experiência que serviu de base para o 10º álbum de estúdio do Pain of Salvation, In the Passing Light of Day.

Quando se fala de Metal Progressivo, o headbanger não muito familiarizado com a cena já pensa em nomes como Dream Theater, Symphony X, Fates Warning ou Queensrÿche. Não é crime algum. Mas qualquer um que já tenha tido contato com o estilo não consegue deixar de lembrar dos suecos do Pain of Salvation. Surgida ainda nos anos 80 e sempre capitaneada pelo genial Daniel Gildenlöw, a banda só veio a lançar seu primeiro trabalho em 1997, o não menos que brilhante Entropia. Após isso, uma sequência de 3 álbuns simplesmente primorosos, One Hour by the Concrete Lake (98), The Perfect Element I (00) e Remedy Lane (02), além do reconhecimento como uma das bandas mais brilhantes do estilo. Ok, após isso tiveram uma fase um tanto experimental e que não agradou a alguns, mas agora as coisas parecem finalmente terem entrado novamente nos eixos.

Pelo conceito que o envolve, fica claro que In the Passing Light of Day é um trabalho denso, intenso, sombrio e emocionalmente pesado. Sendo assim, não estamos diante de um álbum de fácil assimilação para os que não estão acostumados à sonoridade da banda, mas aqueles que a acompanham há algum tempo certamente encontrarão alguns paralelos com clássicos da primeira fase. Aliás, é louvável como, apesar de trazer tais elementos, em momento algum sua música soa requentada. Ao contrário, é moderna e bem atual. Momentos mais pesados se alternam com outros mais melódicos e atmosféricos, dando grande diversidade ao álbum. Os vocais de Gildenlöw se destacam, pela grande emoção que conseguem transmitir. Tanto as guitarras de Daniel e de Ragnar Zolberg quanto os teclados de Daniel Karlsson se encaixam muito bem nas canções, enquanto a parte rítmica, com Gustaf Hielm (baixo) e Léo Margarit (bateria) esbanja técnica, peso e variedade. Aliás, a bateria aqui está simplesmente impecável.


“On a Tuesday” abre os trabalhos com um riff bem pesado e moderno e possui muitas mudanças de tempo. É o cartão de visitas do álbum, mostrando um pouco do que encontraremos pela frente. “Tongue of God” e “Meaningless” mantém o nível de complexidade mais alto, com suas mudanças de tempo, um ótimo trabalho da parte rítmica e boa dose de peso. Vale destacar também o ótimo trabalho de backing vocals em ambas. Em seguida, a adrenalina abaixa um pouco, com a belíssima balada “Silent God”, com um belo piano e refrão marcante. “Full Throttle Tribe” traz novamente os arranjos mais complexos à tona, além de soar bem intensa e enérgica. “Reasons”, que foi o segundo single, soa bem agressiva e moderna, além de possuir ótimo groove. Podemos dizer que a mesma encerra a primeira parte do álbum, já que daqui para frente o trabalho se torna um pouco mais intimista. “Angels of Broken Things” possui um clima sufocante, melodia bem forte e um solo belíssimo. Já “The Taming of a Beast” tem uma pegada um pouco mais Rock e talvez o melhor desempenho vocal de Daniel, sendo um dos grandes destaques aqui presentes. A faixa seguinte, “If This Is the End”, transborda melancolia e tem um dos riffs mais fortes de todo trabalho, preparando o caminho para o encerramento monumental, que se dá com a faixa-título. De uma riqueza simplesmente exuberante, possui uma forte carga emocional e em muitos momentos, soa majestosa. Uma das melhores músicas da carreira do Pain of Salvation.

Ao final, em In the Passing Light of Day, Gildenlöw se mostra um compositor único, genial, pois a forma como ele consegue transpor os sentimentos para as canções mexe com o ouvinte de uma forma muito forte, intensa. Uma verdadeira aula de Metal Progressivo, brilhante, profundo e que certamente estará em todas as listas de melhores do ano em Dezembro. Forte candidato a melhor álbum de 2017.

NOTA: 9,5

Pain of Salvation é:
- Daniel Gildenlöw (vocal, guitarra);
- Ragnar Zolberg (guitarra);
- Gustaf Hielm (baixo)
- Léo Margarit (bateria);
- Daniel Karlsson (teclado).

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