quinta-feira, 12 de abril de 2018

Saxon – Thunderbolt (2018)


Saxon – Thunderbolt (2018)
(Silver Lining Music/Shinigami Records - Nacional)


01. Olympus Rising
02. Thunderbolt
03. The Secret of Flight
04. Nosferatu (The Vampires Waltz)
05. They Played Rock and Roll
06. Predator
07. Sons of Odin
08. Sniper
09. A Wizard’s Tale
10. Speed Merchants
11. Roadie’s Song
12. Nosferatu (Raw Version)

Uma verdadeira lenda do Heavy Metal. Quando falamos de Metal Inglês e de NWOBHM, a maioria dos mortais pensa primeiramente em Judas Priest e Iron Maiden. Nada de errado nisso, levando em conta a importância que ambos possuem para a história do Metal como um todo. Mas o Saxon, com seus 40 anos de estrada, não pode de forma alguma ser esquecido. Se não angariou, em matéria de vendagens, a mesma popularidade dos dois nomes citados, conseguiu algo mais importante e difícil do que isso, que é o respeito dos fãs do estilo. Isso é algo que disco de ouro ou platina algum paga. Saxon é sinônimo de Heavy Metal e ponto final.

Falar do Saxon tem algo de especial para mim. Para quem não sabe, foi com uma resenha de Sacrifice (13) que no dia 02/03/2013 abri os trabalhos do A Música Continua a Mesma. E não foi uma escolha aleatória, pois ela se deu motivada justamente por esse respeito citado acima. Pouco mais de 5 anos se passaram e o quinteto formado por Biff Byford (vocal), Paul Quinn (guitarra), Doug Scarratt (guitarra), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glockler (bateria) chega ao seu 22º trabalho de estúdio, vivendo talvez sua melhor fase desde os anos 80. E Thunderbolt não decepciona.


Impressiona-me como Biff Byford parece não sentir o efeito do tempo. Continua simplesmente monstruoso, soando em muitos momentos até melhor do que nos anos 80 e 90. Sua voz não perdeu nada da qualidade nesses 40 anos frente ao Saxon, e continua forte e marcante. É um dos grandes diferenciais aqui. Paul Quinn e Doug Scarratt também estão monstruosos. Os riffs que são apresentados não são apenas ótimos, mas típicos da NWOBHM, e os solos estão primorosos. As guitarras gêmeas não poderiam faltar, e dão as caras de forma muito harmoniosa, soando incríveis. Fora isso, precisamos falar do peso das mesmas. Nunca em toda a sua história, o Saxon soou tão pesado quanto agora. Enquanto a lógica das bandas de sua geração é tirar um pouco o pé do acelerador (algo justificável e aceitável), eles fazem justamente o contrário. E é justamente esse peso que deixa a música do grupo atual e moderna, sem que eles precisem abrir mão de qualquer das suas características. Quanto a Nibbs Carter e Nigel Glocker, ambos possuem seus momentos de brilho durante Thunderbolt. Realizam um belíssimo trabalho, soando fortes e coesos.

Após uma breve introdução com “Olympus Rising”, surge a faixa título, um dos grandes destaques do trabalho. Estrondosa, com riffs fortes e os vocais inconfundíveis de Biff, tem tudo para se tornar um clássico do Saxon. “The Secret of Flight” é outra que tem tudo para virar clássica. É uma aula de Heavy Metal, soando imponente e com riffs muito incisivos, além de ótimas melodias. “Nosferatu (The Vampires Waltz)” é mais cadenciada e muito pesada, possuindo um ar bem sombrio, enquanto a excelente “They Played Rock and Roll” é diametralmente oposta, já que é uma homenagem a Lemmy e ao Motorhead, sendo assim uma canção dura, pesada e rápida. “Predator” é outra que esbanja peso, e surpreende pela inclusão de vocais guturais, executados aqui por Johan Hegg, do Amon Amarth. Isso a deixou com um ar feroz e sombrio.


“Sons of Odin” abre a segunda metade com uma levada mais cadenciada e soa simplesmente épica. Destaca-se não só pelas ótimas melodias, mas também pelo brilhante trabalho das guitarras e da bateria, que soa muito forte. Por algum motivo, me remeteu à fase de Dogs of War (95). Na sequência, temos “Sniper”, canção que soa bem bruta e enérgica, além de possuir um refrão muito legal. O tom mais épico volta a dar as caras em “A Wizard’s Tale”, outra que conta não só com boas melodias, como com riffs de muita qualidade, graças ao primoroso trabalho da dupla formada por Quinn e Sacarratt. “Speed Merchants” faz jus ao nome e esbanja energia, além de boas harmonias e melodias, sendo outro ponto alto do álbum. Se encaminhando para o final, temos “Roadie’s Song”, que é exatamente o que diz o nome, ou seja, uma homenagem aos roadies, peças fundamentais para que os shows aconteçam. É uma daquelas típicas canções do Saxon. Encerrando, temos uma outra versão para “Nosferatu”.

Toda a parte de produção ficou mais uma vez por conta de Andy Sneap, que já vem trabalhando com a banda desde Sacrifice. Nem preciso enaltecer a qualidade da mesma aqui. O legal de suas produções é que, mesmo que tudo fique claro e cristalino, as mesmas ainda assim soam bem pesadas e orgânicas, algo raro hoje em dia. Já a capa é obra de Paul Raymond Gregory, que já trabalhou inúmeras outras vezes com a banda, sendo responsável por trabalhos clássicos como Crusader (84), Dogs of War e Unleash the Beast (97). Mais uma vez o Saxon nos presenteia com um trabalho sólido, criativo e cativante, e que vai fazer a alegria dos fãs de Heavy Metal, que certamente baterão cabeça e erguerão os punhos para o ar durante a audição de Thunderbolt. Mais uma vez, o Saxon não decepciona!

NOTA: 93

Saxon é:
- Biff Byford (vocal);
- Paul Quinn (guitarra);
- Doug Scarratt (guitarra);
- Nibbs Carter (baixo);
- Nigel Glockler (bateria).

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